O Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que representa os países membros da Agência, declarou formalmente que o Irão não está a cumprir as suas obrigações nucleares pela primeira vez em 20 anos. O país já respondeu.
Na quinta-feira, o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) aprovou uma resolução que acusa Teerão de não cumprir as suas obrigações em termos de salvaguardas nucleares, reacendendo as tensões sobre o seu programa nuclear. O Irão respondeu rapidamente, iniciando o funcionamento de um novo centro de enriquecimento de urânio e modernizando o respetivo equipamento.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão e a Organização Nacional de Energia Atómica (NAEO) afirmaram que a decisão era "política por excelência e reflete uma clara parcialidade", salientando que a política de cooperação de Teerão com a AIEA "só saiu pela culatra devido às negociações politizadas de algumas partes".
O Irão confirmou que tinha começado a utilizar centrifugadoras avançadas de sexta geração nas instalações de Fordow, em vez das de primeira geração, numa resposta direta à votação que o condenou.
Rafael Grossi, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), alertou recentemente para a gravidade da situação, referindo que a acumulação de grandes quantidades de urânio altamente enriquecido no Irão constitui uma "séria preocupação" e revelou que a agência detectou três instalações iranianas não declaradas onde se realizaram atividades nucleares não autorizadas.