Um Boeing 787-8 Dreamliner da Air India com destino a Londres despenhou-se à descolagem no aeroporto de Ahmedabad, na Índia. Sete portugueses, com dupla nacionalidade, seguiam a bordo do avião. Das 242 pessoas a bordo, apenas uma sobreviveu.
Um avião da Air India com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres, despenhou-se durante a descolagem no aeroporto de Ahmedabad, no oeste da Índia, esta quinta-feira.
A companhia aérea confirmou ao início da noite desta quinta-feira que morreram 241 das 242 pessoas a bordo e houve apenas um sobrevivente, de nacionalidade britânica.
Foi inicialmente avançado pelo comissário da polícia de Ahmedabad que nenhuma das 242 pessoas a bordo (230 ageiros e 12 tripulantes) sobrevivera, mas o responsável já tinha dado conta de um sobrevivente.
Trata-se do ageiro do lugar 11A que, segundo o The New Indian Express, terá saltado por uma janela de emergência.
"Um sobrevivente foi encontrado no hospital e está a ser tratado", afirmou o comissário da polícia de Ahmedabad, GS Malik, citado pela agência noticiosa ANI.
O sobrevivente tinha apenas ferimentos ligeiros e conseguiu sair do local do acidente sem ajuda, adianta o The New Indian Express.
Segundo este jornal, trata-se de um homem de 40 anos, de nacionalidade britânica, que estava a regressar ao Reino Unido com o seu irmão.
Entre as pessoas que se encontravam dentro do avião estavam sete portugueses, além de 169 indianos, 53 britânicos e um canadiano.
A informação foi avançada pela companhia aérea, que na rede social X, deu conta do número de pessoas que seguiam a bordo, assim como das suas nacionalidades. Até ao momento não é ainda conhecido o motivo do acidente.
A estação televisiva indiana, NDTV, mostra a sequência completa do acidente, desde a descolagem até ao momento em que se vê o início da queda da aeronave, cerca de um minuto após ter levantado voo.
Portugueses tinham dupla nacionalidade
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, nenhum dos sete cidadãos com nacionalidade portuguesa que perderam a vida no acidente tem família a viver em Portugal.
“Até ao momento foi possível apurar que nenhum dos nacionais portugueses possui família a viver em Portugal”, esclareceu o Ministério em comunicado, acrescentando que, dos sete cidadãos com aporte português, “cinco estão registados no consulado de Londres e dois em Manchester”.
“Neste momento os familiares estão a caminho das morgues para identificar os corpos”, refere ainda a nota, que indica que não chegou às autoridades portuguesas qualquer pedido de ajuda.
O secretário de Estado das Comunidades tinha confirmado aos jornalistas, na cerimónia dos 40 anos de adesão de Portugal à CEE, que sete pessoas com dupla nacionalidade (portuguesa e indiana) seguiam a bordo do avião e que as autoridades portuguesas estavam a "tentar obter" mais informações.
"Já temos a lista de ageiros e os nomes não são de origem portuguesa. Presume-se que tenham dupla nacionalidade", disse Emídio Sousa, acrescentando que ainda não é possível "saber se são da mesma família ou não". "O que sabemos é que serão cidadãos que estavam a deslocar-se entre a Índia e Inglaterra e que provavelmente até residiam em permanência na Inglaterra. Mas ainda estamos a confirmar."
Por último, o governante deu as suas "condolências a todos os familiares das pessoas que faleceram" e sublinhou que "parece que também existem alguns sobreviventes".
Inicialmente, Emídio Sousa, tinha afirmado, em declarações ao jornal Público, que as autoridades portuguesas estavam a "tentar confirmar" a existência de portugueses a bordo, itindo já aí que poderiam ter "dupla nacionalidade".
Numa primeira reação ao acidente, o Presidente da República também tinha adiantado que ainda não havia confirmação acerca da existência de portugueses a bordo.
"O ministro dos Negócios Estrangeiros [Paulo Rangel] disse-me agora que ainda não há confirmação, mas parece que haverá sete portugueses no avião que caiu. Vamos ver, ainda não há informação", disse apenas Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas à margem da comemoração dos 40 anos da do tratado da adesão de Portugal à CEE.
Numa declaração partilhada na rede social X, o primeiro-ministro português disse que "foi com profunda consternação" que tomou conhecimento do "trágico acidente de aviação na Índia, no qual seguiam sete cidadãos com nacionalidade portuguesa".
"Em meu nome e do Governo, quero expressar votos de pesar e profunda solidariedade para com os familiares das vítimas", acrescentou Luís Montenegro.
O ministro indiano da Aviação, Kinjarapu Ram Mohan Naidu, declarou estar "chocado e devastado" com a notícia do acidente em Ahmedabad.
"Estamos em alerta máximo. Estou a acompanhar pessoalmente a situação e dei instruções a todas as agências de aviação e de resposta a emergências para que tomem medidas rápidas e coordenadas", afirmou o ministro.
"Foram mobilizadas equipas de salvamento e estão a ser envidados todos os esforços para garantir que a ajuda médica e o apoio de emergência sejam enviados para o local. Os meus pensamentos e orações estão com todas as pessoas a bordo e com as suas famílias".
O ministro-chefe de Gujarat escreveu no X que os funcionários receberam instruções para efetuarem "operações imediatas de salvamento e de socorro" e para tomarem medidas em "pé de guerra".
Foram criados hospitais para prestar cuidados de saúde às vítimas com prioridade.
Os sites de localização de voos mostram que o avião em questão é um Boeing 787-8 Dreamliner.
"Estamos a seguir os relatos de um acidente do voo AI171 da Air India de Ahmedabad para Londres. Recebemos o último sinal do avião às 08:08:51 UTC, poucos segundos após a descolagem", escreveu o Flight Radar num post no X.
A chegada do avião estava prevista para as 18h25 locais (19h25 CEST).
Vídeos não verificados nas redes sociais mostram um avião a voar baixo, em chamas, a descer em direção a um bairro residencial, antes de se desfazer em fumo laranja e preto.
Outra imagem parece mostrar a cauda do avião alojada no telhado de um edifício residencial após o acidente.
As autoridades indianas confirmaram que a aeronave tinha caído numa área residencial em redor do aeroporto. Segundo a agência Reuters, que cita uma fonte da polícia, sabe-se agora que "o edifício sobre o qual o avião se despenhou era uma residência de médicos".
De acordo com novas informações do canal de TV indiano CNN News-18, cita a Reuters, o avião terá caído na residência estatal B.J. Medical College, atingindo a área de refeições da residência e matando muitos estudantes de medicina que estavam no interior.
O canal mostrou imagens de uma parte da aeronave no topo do edifício.
Meghaninagar é um bairro residencial na zona de Sabarmati, em Ahmedabad, no estado indiano de Gujarat.
O primeiro-ministro indiano Narendra Modidivulgou uma declaração na rede social X, onde diz estar em o com "ministros e autoridades que estão a trabalhar para ajudar as pessoas afetadas".
"Nesta hora triste, os meus pensamentos estão com todos afetados por [este acidente]", escreveu.
A presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen também já apresentou "profundas condolências às famílias e entes queridos" das vítimas do "trágico acidente de avião em Ahmedabad"
Dirigindo-se ao primeiro-ministro indiano, von der Leyen disse que "a Europa está solidária com o povo da Índia neste momento de tristeza".
O diretor-geral e executivo da Air India manifestou “profunda tristeza” pelo acidente.
"Este é um dia difícil para todos nós na Air India. E os nossos esforços estão inteiramente concentrados nas necessidades dos nossos ageiros, membros da tripulação, as suas famílias e entes queridos", começou por dizer Campbell Wilson, garantindo que a companhia está a colaborar com as autoridades em todos os esforços de resposta a emergências.