As tensões estão a aumentar na Geórgia. No domingo, 2 de fevereiro, a polícia prendeu duas figuras da oposição, Nika Melia e Guigui Ugoulava, durante uma manifestação destinada a bloquear uma autoestrada que conduz ao centro da capital Tbilisi. As autoridades tinham avisado que esta ação seria punível com uma pena de prisão até quatro anos.
Nika Melia, que foi detida por um breve período, afirma ter sido espancada por um agente da polícia durante a sua detenção. Vídeos transmitidos pelo canal Pirveli mostram manifestantes a serem espancados durante a detenção.
A UE criticou fortemente estas detenções: "A repressão brutal de manifestantes pacíficos, jornalistas e políticos em Tbilisi é inaceitável", afirmou Kaja Kallas, chefe da diplomacia europeia. "A Geórgia não corresponde às expetativas de um país candidato à UE. A UE apoia o povo georgiano na sua luta pela liberdade e pela democracia".
Nos últimos três meses, o país tem vindo a enfrentar uma crise constitucional sem precedentes, com a oposição a recusar-se a ocupar o seu lugar no novo parlamento. A Geórgia tem sido ainda abalada por grandes protestos nas ruas, que denunciam a deriva autoritária do partido no poder, o Sonho Georgiano.
A decisão do primeiro-ministro georgiano Irakli Kobakhidze e do seu governo de suspender o processo de adesão à UE é vista como uma traição por uma juventude pró-ocidental que receia uma aproximação à Rússia.