O músico foi o fundador dos Sly and the Family Stone, o primeiro grande grupo a incluir homens e mulheres negros e brancos. Os êxitos "Family Affair" e "Everyday People" transformaram a música popular nas décadas de 1960 e 70.
PUBLICIDADE"Não odeies o negro
Não odeies o branco
Se te ferirem
Apenas odeia a dor".
Letra de 'Are You Ready'.
Sly Stone, o revolucionário e o dinâmico músico de Sly and the Family Stone, que transformou a música popular nas décadas de 1960 e 70 e mais além com êxitos como "Dance to the Music", "Thank You", "Everyday People", "Stand!", "I Want To Take You Higher" e "Family Affair", morreu na segunda-feira aos 82 anos.
Stone, nascido Sylvester Stewart no Texas em 1943, tinha estado doente nos últimos anos.
A notícia foi confirmada pela família num comunicado de imprensa, que disse que o músico faleceu pacificamente após "uma prolongada batalha contra a doença pulmonar e outros problemas de saúde associados".
"É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento do nosso querido pai, Sly Stone dos Sly and the Family Stone", lê-se no comunicado. "Sly faleceu pacificamente, rodeado pelos três filhos, pelo melhor amigo e pela família alargada. Enquanto lamentamos a sua ausência, consolamo-nos por saber que o seu extraordinário legado musical vai continuar a tocar e a inspirar as gerações vindouras."
"Sly foi uma figura monumental, um inovador e um verdadeiro pioneiro que redefiniu a paisagem da música pop, funk e rock. As suas canções icónicas deixaram uma marca indelével no mundo e continuam a ter uma influência inegável. Como prova de um espírito criativo duradouro, Sly completou recentemente o argumento cinematográfico da história da sua vida, um projeto que estamos ansiosos por partilhar com o mundo na devida altura, e que se segue a um livro de memórias publicado em 2024."
"Agradecemos profundamente as manifestações de carinho e as orações durante este período difícil. Desejamos paz e harmonia a todos os que foram tocados pela vida de Sly e pela sua música icónica. Obrigado do fundo do coração pelo vosso apoio inabalável."
Fundado entre 1966 e 1967, Sly and the Family Stone foi o primeiro grande grupo a incluir homens e mulheres negros e brancos e encarnou bem uma época em que tudo parecia possível: motins, assassinatos, comunas e love-ins.
Os cantores gritavam, cantavam e sussurravam. A música era uma explosão de buzinas frenéticas, guitarras rápidas e ritmos de locomitivas, uma mistura de jazz, rock psicadélico, doo-wop, soul e os primeiros acordes do funk.
Nenhuma outra banda captou melhor a euforia que desafiava a gravidade da era de Woodstock ou enfrentou com mais coragem o colapso que se seguiu.
Desde as primeiras canções tão entusiasmantes como os títulos - "I Want To Take You Higher" ou "Stand!" - até às sóbrias consequências de "Family Affair" e "Runnin' Away", os Sly and the Family Stone falaram para uma geração, quer esta tenha gostado ou não do que tinham para dizer.
A banda tocou no Festival de Woodstock de 1969 e no concerto Summer of Soul no Harlem nesse mesmo ano.
Sly foi aceite no Rock & Roll Hall Of Fame em 1993, com os outros membros fundadores da Family Stone. Regressou ao palco nos Grammy Awards de 2005, mas só foi visto em público algumas vezes depois disso.